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A nova métrica do licenciamento

E se cada produto licenciado fosse mais do que um logo estampado, mas uma extensão autêntica da alma da sua marca? Em um mercado saturado, a verdadeira questão do licenciamento deixou de ser ‘quantos contratos fechamos’ para se tornar ‘como garantimos que cada contrato fortaleça quem somos e o que representamos?. É aqui que a inteligência de dados entra: não como uma ferramenta fria, mas como uma bússola para licenciar com propósito e consciência.

O que antes dependia de feeling comercial e histórico de relacionamento, hoje se apoia em previsões, simulações e monitoramentos que transformam cada licença em uma decisão estratégica. 

Em um mercado que movimentou quase US$ 360 bilhões em 2024, segundo a Licensing International, a vantagem competitiva deixou de ser “quem tem mais contratos” para se tornar “quem entende melhor o que cada contrato realmente entrega”.

Decisões guiadas por evidência

A lógica é simples: não existe licenciamento eficiente sem leitura de contexto. E dados são a matéria-prima dessa análise.

Eles revelam quais categorias têm maior tração, quais parceiros conseguem sustentar a reputação da marca e quais oportunidades escondem riscos de saturação ou canibalização.

Para as indústrias, o uso de inteligência de dados começa antes mesmo da assinatura do contrato. 

  • Modelos preditivos ajudam a estimar royalties e margens com base em variáveis de mercado, canais e comportamento do consumidor.
  • Ferramentas de análise de vendas e social listening revelam padrões de demanda por região ou público. 
  • E dashboards de desempenho em tempo real permitem acompanhar a performance de cada licenciado, sinalizando desvios ou oportunidades de correção antes que eles se tornem problemas.

O licenciamento como laboratório de mercado

Na prática, isso muda o papel do licenciamento dentro das organizações. 

Ele deixa de ser uma frente paralela (algo entre marketing e jurídico) e passa a operar como laboratório de mercado.

Cada produto licenciado se torna um sensor de preferência e cada parceiro, um termômetro de distribuição e percepção de marca.

O resultado é um ciclo contínuo de aprendizado: a cada lançamento, a marca entende melhor onde sua identidade gera valor e onde ela se dilui.

Case Cinnabon: uma marca com gosto pelos dados

No início dos anos 2000, a Cinnabon era conhecida apenas por suas lojas e quiosques, centrados na experiência de consumo (se você já passeou pelos corredores de um shopping americano e sentiu aquele cheirinho de canela sabe do que estou falando).

O licenciamento parecia arriscado: havia o temor de banalizar o produto e comprometer a operação principal.

Antes de expandir, a equipe realizou pesquisas detalhadas sobre intenção de compra, afinidade com a marca e contexto de consumo.

Descobriu que os produtos de varejo (como cereais, bebidas e sobremesas em parceria com a Kellogg’s)  não competiriam com as lojas, mas atenderiam a momentos completamente diferentes

Comer uma Cinnabon no shopping era experiência, levar o sabor para casa era conveniência.

Ao entender, via dados, que a experiência na loja (o ‘Porquê’ original da marca) não seria canibalizada, mas complementada pela conveniência em casa, ela pôde expandir seu alcance sem trair sua essência. Hoje, a empresa conta com dezenas de produtos licenciados e presença em mais de 50 países, mantendo a coerência da marca e o controle sobre qualidade e posicionamento.

O sucesso não veio de intuição, mas de análise: entender o comportamento, projetar cenários, testar hipóteses. 

A gestão orientada por dados permitiu que a marca crescesse sem se descaracterizar e ainda criasse novos pontos de contato emocional com o público.

Cultura analítica: o verdadeiro diferencial

Mas talvez o benefício mais relevante da inteligência de dados seja cultural.

Ela muda o modo como as marcas pensam crescimento.

O licenciamento deixa de ser um território de aposta e passa a ser um campo de experimentação controlada, um espaço onde é possível testar hipóteses de posicionamento, de público e de produto com velocidade e base crítica.

A intuição continua importante, mas a decisão agora tem fundamento.

Há, claro, desafios, uma vez que nem todas as empresas possuem infraestrutura ou cultura de dados para sustentar esse tipo de análise e muitas ainda dependem de relatórios manuais de licenciados, sem integração de sistemas ou padronização de métricas. 

Outras enfrentam resistência interna: gestores que veem a análise de dados como burocracia, e não como ferramenta de clareza.

Mas à medida que a automação e a inteligência artificial se tornam mais acessíveis, essas barreiras começam a enfraquecer.

O futuro do licenciamento inteligente

O que vem se desenhando é um futuro em que o licenciamento será cada vez mais orientado por evidências e em pouco tempo, a discussão deixará de ser “se” devemos usar dados para licenciar  e passará a ser “o quanto” estamos dispostos a deixar que eles orientem nossas escolhas.

No fundo, a inteligência de dados não substitui o olhar humano, mas amplia sua precisão.

Ela traduz o comportamento do público em decisões práticas: onde investir, com quem se associar, quando expandir e, principalmente, quando recuar.

Licenciar com dados é, acima de tudo, licenciar com consciência. É garantir que cada extensão da marca seja um reflexo fiel do seu ‘Porquê’, fortalecendo a confiança e a conexão com o público. É saber que cada contrato carrega não apenas um logotipo, mas a promessa e a reputação inteira de uma marca.

(E reputação, em tempos de algoritmos e hipercompetição, é o ativo mais difícil de reconstruir).

A pergunta que fica: sua marca está usando dados para licenciar melhor ou sua empresa ainda confia no instinto para decidir o futuro?

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